Diário de Bordo – Fest Foto PoA 2011 – Respeito, Livros e Fotografias

Turma reuniu afetos, câmeras e experiências na manhã ensolarada do Guaíba - Foto: Eduardo Seidl

O penúltimo dia do festival começou com um sábado ensolarado na beira do Guaíba. “Uma foto vale mais que mil fotógrafos” reuniu muita gente na beira do rio. E foi uma delícia ver tanto fotógrafo junto. E falando em ver tanto fotógrafo junto, a biblioteca criada pelo festival, com doações que iam chegando a medida que se desenrolava o evento, foi um sucesso. As mesas estavam sempre cheias, os livros circulando e as pessoas mostrando seus trabalhos em informais leituras de portfólios.

Durante a tarde, mais um debate sobre as dificuldade e a importância de se publicar livros de fotografia. À mesa Tiago Santana, Roberto Linsker e Dante Gastaldoni apresentaram suas experiências como editores. Linsker falou de suas vivências com a Terra Virgem, as etapas e os percalços que surgem para se publicar um livro de fotografia no país, mas mostrou apenas do livro Mar de Homens, de sua autoria.

Tiago Santana mostrou vários trabalhos publicados pela Tempo d’Imagem, como os livros Quem Somos Nós, de Celso Oliveira; A Corte Vai Passar, também de Celso Oliveira com parceria de Luiz Santos; Benditos e O Chão de Graciliano, dele próprio; Luis Humberto – Do lado de fora da minha janela, do lado de dentro da minha porta, uma bela síntese da obra de Luiz Humberto; Julio Santos – Mestre da Fotopintura, sobre a experiência de quase meio século do mestre Julio Santos com a escola cearense de fotopintura, que foi realizado por meio do edital Conexões Artes Visuais.

Tiago Santana, Roberto Linsker e Dante Gastaldoni debatem mercado editorial independente realizado por fotógrafos - Foto: Ana Lira

Em seguida, Gastaldoni, professor e editor da Gama Filho, relatou sua odisséia para a publicação do livro O Brasil passa pelo Sesc, que contou com a participação de 88 fotógrafos em um projeto que documentou atividades da instituição em todos os pontos do país. Os trabalhos foram feitos durante quatro dias, mas a edição do livro demorou alguns anos para sair por causa de mudanças na direção da instituição. Agora o projeto foi retomado e, em breve, o livro de 400 páginas chegará ao público.

O respeito aos livros e a importância de se publicar, entre outras coisas, para preservar a memória do país, foram pontos levantados. E muitos questionamentos surgiram com questões como o preço dos livros, qual o objetivo de se publicar livros de fotografia e como formar melhor o público para receber livros de fotografia. Foi um debate intenso e a fotógrafa Nair Benedicto, que estava na plateia, lançou uma pergunta muito pertinente: será que nós queremos mesmo democratizar os livros? Ponto para pensarmos em conjunto. O que vocês acham?

E a noite do sábado do festival terminou com mais um encontro com o autor. Dessa vez o convidado foi Milton Guran que prendeu a atenção de todos com seu bom humor ao contar sua trajetória de fotógrafo e antropólogo. Fazendo um diálogo com o que havia sido discutido na mesa da tarde, Guran discorreu sobre a importância do nosso trabalho para sociedade brasileira. Segundo ele, a fotografia é um vetor da construção da memória nacional.

Mais imagens do dia:

Biblioteca do Fest Foto Poa foi um dos espaços mais funcionais e bacanas do festival, que deve ser replicado em outras iniciativas - Foto: Ana Lira

Tiago Santana e Linsker trouxeram experiências da Tempo D´Imagem, que trabalha a partir de projetos, e Terra Virgem, que tem mais de 50 publicações e viveu a mudança da relação com as livrarias - Foto: Ana Lira

Dante Gastaldoni e Carlos Carvalho escutam as ponderações de Nair Benedicto - Foto: Ana Lira

Nair Benedicto questiona o real interesse do mercado fotográfico em democratizar o acesso aos livros e coloca o público para refletir na mesa que mais rendeu debate no festival - Foto: Ana Lira

Milton Guran nas palavras de Carlos Carvalho: "ele transformou a mesa em um talk show". O público ficou atento às aventuras do fotógrafo e deu muitas risadas - Foto: Ana Lira

Participantes do festival prestigiam as narrativas de Guran em mesa que terminou no apagar das luzes do edifício do Santander, às 22h - Foto: Ana Lira

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