O 7 acredita na fotografia como instrumento de transformação social e por isso apoia esse lindo projeto do Coletivo Garapa. Apóie você também!
Segue abaixo o release do projeto, envidado pelo querido Paulo Fehlauer!
Morar, um ensaio sobre pessoas e moradias
O ano de 2011 marca o desaparecimento de dois ícones paulistanos: foram ao chão os edifícios São Vito e Mercúrio, na região central de São Paulo, dois gigantes comumente fundidos sob a alcunha de “treme-treme”.
Em 2008, o Coletivo Garapa realizou um trabalho de documentação das histórias das últimas famílias restantes no Edifício Mercúrio. Na época, os moradores, em sua maioria inquilinos e trabalhadores do Centro, haviam acabado de receber a ordem de desocupação do prédio. O projeto integrou a exposição Habite-se, na Galeria Olido, e a mostra itinerante Laberinto de Miradas, financiada pelo governo da Espanha.
Agora, no local em que ficavam os dois edifícios, restam apenas memórias e montes de entulho. As famílias que viviam no Mercúrio hoje estão espalhadas – algumas permaneceram na região, outras foram para a periferia da cidade, outras ainda deixaram de vez a vida paulistana e voltaram para suas regiões de origem.
Com o projeto Morar, o Coletivo Garapa pretende revisitar a história iniciada em 2008, retomando o contato com os antigos moradores, para entender o que mudou e o que eles pensam da demolição da antiga moradia.
“São Paulo sofre de um tipo de amnésia auto-imposta por conta de uma obsessão pelo novo. Diariamente, máquinas pesadas derrubam partes da história da cidade, que são em seguida substituídas por reluzentes paredes de vidro e “espaços gourmet”. A memória refugia-se, portanto, nas pessoas, e é essa a história que queremos contar.”
Como resultado dessa documentação, será editada uma publicação em formato jornal, estabelecendo assim um arco de memória entre o despejo dos moradores e a demolição dos edifícios. Serão 1.000 exemplares impressos em cores em papel jornal, formato tabloide, contendo 20 páginas cada.
Financiamento coletivo
Morar será viabilizado por meio de uma plataforma de crowdfunding, ou financiamento colaborativo: o Catarse. O crowdfunding é um meio de financiamento alternativo às opções tradicionais, baseado em um sistema online de micro-contribuições e recompensas. Qualquer pessoa pode contribuir com qualquer valor a partir de 10 reais. A cada faixa de valores contribuídos corresponde um tipo de retribuição oferecida pelos autores do projeto. As recompensas oferecidas pelo Coletivo Garapa aos parceiros incluem, por exemplo, cópias da publicação final, fotos em qualidade fine art assinadas e numeradas e um almoço de domingo na casa de um dos personagens, entre outras.
O crowdfunding tem crescido em popularidade pelo mundo. Recentemente, o site americano Kickstarter, um dos pioneiros do gênero, completou 2 anos de existência com um balanço animador: no período, foram captados mais de 40 milhões de dólares para cerca de 7 mil projetos realizados. No Brasil, o pioneiro é o Catarse, que iniciou suas atividades há apenas 3 meses e já viabilizou a execução de 10 projetos. Morar é a primeira iniciativa de crowdfunding em fotografia documental do Brasil.
Morar tem seu custo estimado em R$ 16 mil e o prazo limite para captação é o dia 03/06/2011. Até o dia 03/05, o projeto contava com 33 apoiadores e R$ 2.196,00 arrecadados.