
Antoine D’Agata
Algumas fotografias me tiram a voz. Não só a voz, como também o pensamento. É como se tudo ao meu redor perdesse a força, a forma… E no meio do completo vazio, só sobrasse aquela fotografia. Faltam palavras. Sobram sentimentos. Inexplicáveis.
Me calo. Melhor assim. Pra que procurar palavras? Pra que procurar sentido e explicação pra tudo? Eu quero simplesmente me entregar à uma fotografia, como quem se entrega a uma paixão inesperada, tórrida.
Olhando pra sempre, sentindo pra sempre essa foto de Antoine D’Agata. Nada ao redor… Como se não existisse o mundo, apenas essa imagem impressa em meu corpo, em meus poros.. Gritando, pulsando como o meu próprio sangue.
Embarco em um “pra sempre” lento, de respiração curta… Um “pra sempre” de mãos fortes, que deixam marcas no corpo, daquelas que não desaparecem nunca. Ainda bem. É intenso. É visceral. É pra sempre.