“O resto é silêncio.” William Shakespeare.
Pouquíssimas vezes consegui entender e captar a noção de silêncio na fotografia, apesar de tê-la ouvido em tantos momentos. Essas sensações que fluem a partir da contemplação da arte são realmente muito únicas, pessoais e intransferíveis. Neste caso, o silêncio…
Como diz Manoel de Barros no poema O fotógrafo: Difícil fotografar o silêncio. O que é o silêncio? Como se capta o silêncio? Como ver o silêncio? Não tenho respostas para estas perguntas, talvez alguns devaneios, apenas. Mas encontrar este flickr foi como achar o silêncio de esgueira na porta a me espreitar e convidar para o delicioso contemplar das imagens de Eric Guo. Mesmo sem conhecer muito bem o seu rosto (do silêncio) sinto a sua onipresença. Suas marcas estão nos vazios, na solidão e na ausência estampados nas fotografias. Certas imagens chegam a me fazer sentir em outro tempo, um tempo remoto, passado, perdido, esquecido.
Com certeza esta é uma das minhas melhores descobertas nos últimos tempos. A eloqüência deste sensível fotógrafo chinês (de Beijing) me encanta e ecoa, exige de mim uma contemplação demorada, é impossível passar com pressa por estas imagens, meu dedo nervoso descansa enquanto mergulho calmamente na melancolia, sobriedade e simplicidade de Guo. Em alguns momentos seu trabalho guarda semelhanças com o de Haruo Ohara (fotógrafo japonês radicado no Brasil que, para aqueles que não conhecem, indico como obrigatório!), na delicadeza com a qual documentam as áreas rurais do Brasil e da China, no domínio das luzes suaves e brandas, até mesmo num certo minimalismo presente em suas imagens, mas principalmente no silêncio…
Sugiro que “naveguem” pelo flickr através dos álbuns, faz diferença gozar das imagens em seus respectivos conjuntos.
Link para entrevista com Eric Guo, aqui.
muito lindo, xx! chega deu uma falta de fôlego estranha
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má, obrigada por esse flickr!
que fotos incríveis, que sensação maravilhosa =)