7 respostas para Diálogo 38 – A Linguagem e A Rede

  1. bellavalle disse:

    Isso é o que muitos chamam de “alfabetização visual”. Eu, particularmente, não gosto do termo porque faz muita referência a um alfabeto verbal, que, em minha opinião, é outro tipo de leitura bastante diferente. Imagens são um tipo de texto (ou código, como aninha prefere chamar), um tipo de linguagem distinto. O que acontece é que, vivemos num mundo cheio de imagens e produzimos imagens. Todos nós: fotógrafos ou não. Porém, não conseguimos ler as nossas próprias imagens (identificar referências, escolhas técnicas, expressões), muito menos a dos outros. E quando somos colocados diante de uma oficina que nos propõe exercitar essa leitura ou essa identificação, ficamos sem saber como isso deve ser feito. É complicado. Fotografia, particularmente, habita esferas múltiplas e tem funções diferentes a partir dos seus usos e contextos. Não dá pra propor uma alfabeto, porque não há uma forma única de ler. É como interpretar um poema do mesmo jeito que se interpreta o mesmo texto se ele tiver localizado em um manual de instruções. Não dá pra ter o mesmo olhar. É preciso ter senso crítico, estético, psicanalítico, histórico. É preciso viver num mundo menos ignorante pra conseguir entender tudo isso. É preciso aprender a ler imagens, só que na escola só nos ensinam o abc (e nem pra ensinar a ler verbo direito isso serve)… Falta nos darem bagagem para termos senso crítico.

  2. Eduardo Queiroga disse:

    Que bom que esses diálogos continuam.

    Um ponto que eu colocaria, para alimentar a fogueira, seria … a gente deve pensar a experiência coletiva – independente se organizada ou não – como síntese ou como abertura? Penso mais numa perspectiva de abertura a novas ligações do que algo mais centrípeto de convergência… embora não deixe de ser em alguma medida.

  3. Chico Peixoto disse:

    além da lógica ainda majoritariamente individualista que rege a produção e o mercado fotográfico e da defasagem na educação em prol da construção de um senso mais crítico e multidisciplinar, eu acrescentaria uma outra questão: a arte como manifestação elitista.

    importantes mostras fotográficas, na grande maioria dos casos, são expostas em redutos artísticos ou locais de pequena circulação de pessoas, cujo público costuma ser sempre o mesmo: fotógrafos e outros pequenos grupos de pessoas apreciadoras de artes visuais. tem que parar com isso. de alguma forma, o tempo de exposição do que é produzido com qualidade, a fotografia que faz pensar, deveria ser alternado entre a permanência nesses locais já citados e espaços de grande circulação de pessoas, como praças, shoppings, etc. coisas assim já rolam por aí, mas estão longe de ser uma prática comum. num primeiro momento dentro de um processo de transformação, a fotografia tem que ir aonde o povão tá, não o contrário.

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