Quando tive meu primeiro contato com esse trabalho de Erin Muvehill, descrevi as imagens com uma legenda até ingênua, mas que era um síntese honesta do que eu sentia ao ver essas fotos.
Não lembro bem as circunstâncias que me fizeram ver nessas imagens tanto ardor e gastura, mas hoje, um ano depois, a sensação de sufocamento agressivo e angustiante prevalecem, mesmo depois de ter lido tantas outras visões sobre o projeto e de ter conhecido mais o trabalho da artista.
Erin é uma fotógrafa jovem, 23 anos, mas já um com uma obra de construção interessante. Começou a fotografar aos 17, como uma outra alternativa de expressão – além de sua habilidade com o desenho. Segundo ela, desde cedo se interessou pela arte, simplesmente por reconhecer na arte um caminho para alcançar o que é belo – belo aqui não no sentido de beleza exterior, física, mas como um meio de contato com a transcendência.
Beauty will save the world é a frase em destaque no seu site (http://icanfreezetime.com/). E não há como não conectar esse tipo de beleza com a própria essência da prática fotográfica. Fotografar é também revelar o mundo, as pessoas, as coisas, os sentimentos e as sensações – fazer isso como um caminho possível para tentar alcançar uma espécie de grandeza intocável e levar essa grandeza às pessoas é a motivação de muitos artistas.
Chamada Underwater, essa série foi produzida em 2009, em estúdio, com uma câmera analógica. Com o subtítulo “para renascer, 2009, carinhosamente dedicado às águas do Golfo do México”, Erin apresenta imagens que são ricas em emoção, mesmo que uma emoção difícil de identificar. As fotos dessa série (como tantas outras fotografias) permitem inúmeras interpretações: frieza, paralisação, sufocamento, sofrimento, inércia são palavras que podem ser relacionadas ao trabalho, mas não são palavras que esgotam o significado em si mesmas. O significado, como Erin costuma dizer, revela-se por si só – e um trabalho de arte nunca se esgota. A arte é um caminho para a transcendência, e isso é de “tirar o fôlego”.
*esse post é dedicado a Pri, que não deve nem saber que me apresentou esse trabalho há um ano.
quando vi o link desse plataforma chega respirei fundo.. o trabalho de Erin Mulvehill é de perder o fôlego. e quando vi esse carinho no final.. ai.. chega deu um aperto no coração. lindo demais, Jô! 🙂
:*
Não há idade mínima quando o assunto é arte. Quase morro de insuficiência pulmonar depois de ver a galeria dessa fotógrafa (risos)
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