Plataforma – La Jetée

                                   Ceci est l’histoire d’un homme marque par une image d’enfance. 

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=81IrFtR7L48]

 

Dirigido pelo francês Chris Marker, La Jetée é um curta de ficção científica, quase todo feito com fotografias em preto e branco. O filme de 1962 nos conta a história de um homem assombrado por uma imagem de infância.

Um marco para a história da fotografia e do cinema, uma mistura de ficção científica com documentário, o filme narra a aventura de um sobrevivente da Terceira Guerra Mundial, que vive como prisioneiro nos subterrâneos de Paris.

La Jetée é todo construído com uma sequência de fotografias e nomeado pelo diretor como foto-romance. São os movimentos da câmera, a edição e a montagem que fazem as fotografias ganharem uma força que impressiona e nos leva a esquecer, com facilidade, que o curta é todo elaborado com imagens estáticas, a exceção de uma única imagem em movimento.

E é também um filme sobre memória.  São registros de um mundo destruído, que perpassa o tempo, transitando entre passado, presente e futuro. Raymond Bellour consegue resumir bem todos os aspectos do filme, segundo ele, La Jetée condensa uma história de amor, uma trajetória rumo à infância, um fascínio violento pela imagem única, uma representação combinada da guerra, do perigo nuclear e dos campos de concentração, uma homenagem ao cinema (Hitchcock, Langlois e Ledeoux), à fotografia (Robert Capa), uma visão de memória, uma paixão pelos museus, uma atração pelos animais e, em meio a tudo isso, um sentimento agudo do instante.

A simplicidade e sofisticação desse filme me fez pensar no excesso de imagens clichês e pouco significativas em que estamos mergulhados. E a forma como a fotografia foi utilizada para uma construir uma narrativa forte me faz deixar aqui uma pergunta: será que nós exploramos o suficiente as possibilidades dessa senhora, que pulsa, chamada fotografia?

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Uma resposta para Plataforma – La Jetée

  1. Queiroga disse:

    Recentemente, na organização do EFE, pude assistir ao ótimo Letter to Jane, que traz praticamente uma única fotografia. É de uma força incrível, também. Lá Jetée é filme para assistir várias vezes.

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